O dublê de cinema Evel Knievel (Fig. 1) realizou vários saltos impressionantes nos anos 1960 e 1970, nos quais subia
uma rampa guiando uma motocicleta, saltava por cima de vários carros e
caminhões e aterrissava em outra rampa. Ele costumava executar os saltos com
sucesso, mas uma vez perdeu o controle da motocicleta durante a aterrissagem e
ficou gravemente ferido. Em 1978, um jovem tentou um salto similar por cima das
asas de um avião DC3 (Fig. 2), mas cometeu o erro fatal de manter a motocicleta
acelerada durante o salto. Por que esse erro lhe causou a vida?
Resposta:
Quando a roda traseira deixa a primeira rampa, o atrito que
retarda o seu movimento desaparecer de repente. Se a motocicleta ainda estiver
acelerada, ela gira mais depressa do que quando estava em contato com a rampa. Como
a motocicleta e o motociclista estão no ar, livres de qualquer torque externo,
o momento angular do conjunto não pode variar. Assim, quando a roda traseira
começa a girar mais rápido, a motocicleta e o motociclista têm que girar no
sentido oposto para manter o momento angular inicial. A rotação leva a frente
da motocicleta para cima, podendo chegar a 90°, o que torna quase impossível
aterrissar na rampa de chegada. Desacelerar a motocicleta no instante da
decolagem evitaria essa rotação perigosa. Frear é ainda melhor, porque inclina
a frente da motocicleta para baixo, preparando-a para a aterrissagem.
Referências:
WALKER, J. O Circo Voador
da Física, 2a edição, LTC - Rio de Janeiro, 2008.
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